sexta-feira, 30 de julho de 2010

AGRADECIMENTOS DO QUENDAR


Mais uma vez nos sentimos na obrigação de agradecer abertamente a todos aqueles que ajudaram a bombar esse blog durante o FIT 2010. Esperávamos a visita de um público diferente daquele que normalmente visita o nosso blog atrás de imagens malucas, pintos tatuados ou músicas da legendária dupla de embolada Eri e Erisvaldo. Já temos vivido intensamente o FIT como platéia desde 2005, mas só agora resolvemos blogar nossas impressões, sem deixar de ser platéia e sem pretensões acadêmicas, ou crítico-teatrais. Ficamos impressionados com o número de visitas durante os dias de festival, com sua profundidade e suas origens. Temos absoluto deleite em receber todas as reações positivas ou contrárias ao nosso ponto de vista. Entendemos a intensidade dos comentários, afinal, tomamos a precaução de não dar chute em nenhum cachorro morto. É por essa razão que é tão fácil aquendar o nosso blog, sem páginas de segurança, sem moderação de comentários. Ou seja, estamos de pernas abertas para o que você tem a introduzir. Continue aquendando. Chega de teatro por enquanto. Em breve, cenas dos próximos capítulos...

domingo, 25 de julho de 2010

FIT BY BIKE 2010 - GOLPE DE MISERICÓRDIA



Ontem fechamos o festival com GUERRA CEGA SIMPLEX. Confiram as fotos que já saíram na UOL. Já cansados, exaustos pela over-dose teatral da última semana, fomos conferir a peça tentando ser meticulosamente pontuais. Não valeu a pena. A dois minutos do horário marcado, algumas pessoas sem ingresso entravam no Espaço 1 da Swift sem ingresso antes de alguns, inclusive nós, que tinham ingresso antecipado. A turma estava com bastante pressa de terminar aquilo logo. Sentamos no chão, mesmo tendo comprado ingresso, o que não diferia muito das desconfortáveis arquibancadas sem almofadinhas, marca registrada do FIT 2010.


Ali, no chão, vítimas da singularidade de tal FIT, tentamos sobreviver à longa jornada na reflexão sobre a guerra, cuja relevância achamos de proporções monumentais, o que não tem nada a ver com o tempo necessário para a conclusão de tal espetáculo. Houve um momento, que um grupo de loiras atrás de nós, e parte da platéia, torceu para que aquele canhão de luz atingido pela porção de farinha de trigo atirada pela atriz realmente pegasse fogo e antecipasse o fim do espetáculo. Não foi desta vez, fomos até o final sentados no chão, entendendo pouco, entretendo-se pouco. Faltou-nos espírito, intelectualidade e bunda para apreciar a peça melhor.


Fica uma perspectiva para o FIT, que teve neste espetáculo um outro exemplo da saga mesopotâmica pela singularidade. Que tal, se num arroubo de audácia, tentássemos vagar pelas instâncias da convencionalidade no ano que vem? RASTO ATRÁS vai por esse caminho, com algum êxito.
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sábado, 24 de julho de 2010

PROGRAMA ÀS CEGAS

Meu nome é Shirlei Cleide. Lá no meu emprego novo como secretária, eu senti que não ia ganhar nenhuma chance se não mostrasse para eles que eu não era essa garota fútil, burra, "sem referencial, sem cultura", como eles gostam de dizer. Cansei, e embora eu tenha ficado verde de ódio de não ter gasto a grana que estava economizando para ir ao Rodeio Country Bulls naquela noite, eu acompanhei a minha colega Sílvia Helena para uma peça que ela indicou. Eu fiquei com vontade de curtir, afinal de contas, aquela gente toda no teatro... quando eu passava de carro no caminho do shopping e via aquela fila imensa na porta, às vezes eu tinha certa vontade de ser como eles, finos... Além do que tinha cada homem lindo lá na porta - todos gays - mas era bonito de olhar mesmo assim.

Minha primeira decepção foi ver que tinha menos de cinquenta pessoas lá. Achei que estávamos atrasados e aquele povo fosse só os bicões que a minha amiga disse que conseguem entrar sem ingressos quando sobra lugar. Não era. Poucas possibilidades, mas a Sílvia explicou que era diferente, espaço alternativo, não entendi bulhufas. Aí, quando foi para começar, uma mocinha ficou gritando umas coisas do outro lado do saguão e quase ninguém conseguiu ouvir. O povo foi passando o recado um para o outro de que os celulares deveriam ser desligados ali mesmo. Gente, ninguém me falou dessa estória. E se o Renê me liga no meio da peça? Eu não posso atender? Senti que estava para perder coisas importantes com a minha decisão de ser intelectual, mas caminhei em frente. Aí uma loira ainda mais mal educada, completou que não era para conversar pelo caminho. Ninguém me manda calar a boca lá no brete. Quis voar na loira, mas tinha um cartazinho bem colocado na parede advertindo sobre o crime de desacato a funcionário público e as penas correspondentes. Entendi imediatamente o porquê.

Enfim, fomos conhecer todo o teatro por dentro, menos a platéia. Fiquei com a impressão de que estava indo para um bordel com tanto neon roxo pelo caminho, quando cheguei num lugar com banquinhos de igreja - que acabaram com a minha bunda - e umas cabeças flutuando dormindo. Fiquei com medo, achei que ia sonhar com aquilo, quando eles começaram a falar, num espanhol que parecia dublado, tipo novela mexicana do SBT... Eu fui perguntar para meu chefe que língua se fala no Canadá porque ele já viajou para lá. A Sílvia disse que a versão espanhola era para nós do Brasil, porque era mais fácil de entender. Não era para mim, você acha que se eu falasse inglês e espanhol eu ia ficar pastando naquele escritório? Outra coisa que eu estava curiosíssima e não vi lá foi a estória que a Sílvia me contou sobre legendas. No teatro? Não é filme, bem. Sabia que ela estava mentindo. A peça não tinha legenda e eu não entendi nada. Eles falaram que era só quarenta minutos. Para mim, foi um século.

As cabeças ficavam lá paradas. Não iam nem vinham. Uns barulhos, tudo estranho, chato. Muuuito chato. A Sílvia me beliscava e dizia que era para a gente se sentir cegos também. Eu me senti uma retardada mental, bem que eu queria não estar vendo. Para completar, saí de lá sem saber se aquelas cabeças eram de gente mesmo, se eram bonecos, robôs, espelhos. Às vezes não pareciam humanos, às vezes pareciam demais, uns sorrisos distorcidos... Uma coisa de louco. Desisti de ter cultura. Vou ser burra até a morte e me afundar aqui no escritório, nunca mais. Hoje à noite tem rodeio. Adivinha para onde eu vou?
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quinta-feira, 22 de julho de 2010

FIT BY BIKE - PATHOS SELVAGEM


Ontem fomos aquendar O PATO SELVAGEM. Assim como o apito, a arma, o treinamento do cão, o engenho compõem a tecnologia necessária para se caçar um pato, o Pathos também pode ser controlado pela tecnologia, quando esta não acaba ficando a serviço da caça de tais patos, para a morte de tal pathos, ou início de outro pathos.

Quando os patos selvagens adentram ferozes no palco do céu, e, ao invés de terem a tecnologia em suas mãos, são completamente guiados pela tecnologia sem nenhuma razão, a mistura acaba se convertendo em uma patologia da cena. Na cena em que deveria ser ator, embora o foco de todo público esteja em mim e meu texto, tenho uma câmera nas mãos e a responsabilidade de enquadrar o rosto da atriz que comigo contracena numa tela ao fundo. Sou incapaz de concentrar-me em minha partner de carne e osso, seu rosto enquadrado na tela é mais importante. Perde quem queria ter sentido tal cena.

As telas giram, as abas abrem, a borda desce, a borda sobe. O texto consagrado ganha arrojo, inovação, singularidade. Mas a que custo? A encenação abordou essa questão, transmitiu isso, questionou isso no nível de nossas vidas, e é o que cabe agora ao próprio grupo pensar para domar com mais maestria esse cavalo selvagem da tecnologia no qual o espetáculo chega montado, o qual controla com certo sucesso, mas que é instável, questionável, e que contribui, assim como subtrai, naquilo de humano que empreitada deveria trazer consigo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

BÊ-A-BÁ DA OPRESSÃO NA SOPA CHILENA


Hoje foi meu último dia trabalhando com o ARTE PARA TODOS, convênio do GADA com a FUNDAÇÃO CASA. Nenhuma ocasião poderia ter sido mais propícia para o mergulho na sopa de fel servida pelo grupo chileno. COMIDA ALEMANA, direção de Cristian Plana. Enquanto a náusea tomava conta da platéia como num conto de terror, eu ficava pensando como aquele clima estava tão próximo de nós, escondido no meio dos muros espalhados pelas plantações de cana, em alguns ditos "lares", algumas escolas, certas repartições, empresas... como a opressão do mais forte sobre o mais fraco está aí e chega a limites que conhecemos do noticiário policial, social, esportivo...

O realismo é menor que a verdade dos próprios atores, cujo alemão não podemos julgar. Sentamos próximos do palco, novamente o pescoço reclamou da necessidade das legendas. Nós jurávamos que falariam espanhol. A sala permitiu um ruído externo excessivo da saída de outro público de um espetáculo concomitante, comprometendo alguns silêncios chave. A música é o grande êxtase e êxito da peça. Singular, e para o público.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Processando o FATZERBRAZ - só é possível filosofar em alemão

Foto gentilmente cedida por nosso amigo Ricardo Boni


Aqui está ele, entalado no meu esôfago, como uma antropofágica indigestão ultracontemporânea. Em mais um dos sinais desse frenesi pela singularidade, nos damos ao luxo de vestir nosso diesel, osklen e calvin klein, para ir assistir a um trabalho inacabado composto de caixas de papelão revestidas precariamente com fita crepe, pintadas a guache, roupas de brechó, cabeças de animais de plástico, e a participação especialíssima de uma espécie de Benito de Paula quixotesco fazendo uma percussão que nos valeu a ida, além de um grande espírito de espontaneidade de um grupo que ensaia bem ensaiado, aproveitando-se inclusive da quase imprevista passagem de um trem, num evento da dimensão do FIT, que nunca autorizaria um grupo da cidade, por exemplo, a tamanha audácia. A autorização da participação de um grupo que estréia no Aldeia FIT já é fonte de caloroso debate. No Festival, quantas estréias forasteiras anunciadas com pompa e brilho?


O "processo" é o FATZERBRAZ, do alemão andcompany. Eles só estreiam no Sesc Pompéia em 04/08. O que fomos ver, foi um "processo". A legenda posicionada exageradamente acima de uma boa parte da platéia compartilhava parte do trabalho com a tradução simultânea dos atores brasileiros, como em O RETORNO AO DESERTO, no FIT de 2008. Logo no começo, explicaram o fato de que estariam nesse processo, e nos convidavam a beber com eles sobre a peça. É difícil para nós, pobres mortais, entender o todo da coisa. Assim como em OTRO, parte do que é usado pode ser economizado por uma questão de padrão, mas imediatamente sou dissuadido a interromper a caretice desse meu pensamento provinciano. Fomos beber em casa. Macunaímico, antropofágico, papelônico, destaque para o tanque de guerra, que carrega consigo uma metáfora do que tem sido este festival, no mínimo em comparação a outros FITs. Ainda há tempo de me equivocar.

FIT BY BIKE - NO OLHO DA RUA


Artérias da cidade que não para, só cresce, a rua é um universo de infinitas metáforas sobre a existência humana. A passagem da mulher apressada. O abrigo do indigente. O ganha-pão do gari. A rua daquela praça onde aquele homem sentou para respirar melhor depois de descobrir no emprego que estava literalmente "no olho da rua". A rua onde o casal se beijou, o bonde passou, onde o motoqueiro caiu e o ciclista foi fechado pelo carro que nem sequer parou.
No entanto, somos cegos a esse teatro invisível que ganhou a cena de forma onírica numa singela tarde ensolarada de sábado, nas veias do calçadão de Rio Preto. Os espanhois da companhia Kamchàtka, clowns disfarçados de imigrantes italianos de uma novela do Benedito Rui Barbosa, revelaram com seu silêncio, sua simplicidade e suas carinhas fofas, o quanto somos atores em si, sujeitos às mais terríveis e maravilhosas adversidades da vida. E ver que o outro, aquele com que você tromba todos os dias no vai-e-vem do (re)cotidiano, se constitui em um universo tão mágico e encantador quanto o que supõe a sua vã arrogância é entender que não somos uma ilha, mas um organismo vivo, mutante, interligado. Somos todos em um, diferentes na nossa igualdade, e esse é o mistério da vida.

domingo, 18 de julho de 2010

FIT BY BIKE - MANTO DE FUMO

O efeito das legendas sobre os espetáculos em outras línguas é semelhante ao alcançado pelo grupo Espanca, em Marcha para Zenturo. É dessa forma que a platéia percebe o texto quando a legenda não aparece antes da fala do personagem. Depois de conferirmos o musical americano de canções belíssimas e arranjo refinado, fomos adentrando ao esfumaçado espaço 2, já precavidos de que deveríamos conseguir lugares próximos ao palco por causa da iluminação, ou falta dela. HAGOROMO - O MANTO DE PLUMAS. A proposta desrespeitava as últimas leis de combate ao fumo que tentam defender o cidadão da inalação de gases tóxicos contra a vontade em lugares fechados. Logicamente alguém nos acalmou dizendo que tal fumaça era anti-alérgica, de modo que as tosses eram consequência da simplicidade da trilha sonora, e fazia parte do espetáculo, bem como a escuridão predominante, que de forma alguma poderia ser quebrada pelas telinhas luminosas de nossos inquietos celulares. Ele deixou muito claro que isso era muito importante e de que a peça não demoraria mais do que 43 minutos. Não checamos em nossos cronômetros por respeito à concepção de luz do espetáculo.

No fundo, tanto cuidado para com a singularidade de tais espetáculos está no completo descaso com aquilo que é de fato o maior trunfo do FIT, aquilo que inegavelmente sobe de nível a cada ano, mesmo que seja tão desprestigiado por essa desesperada e maquiavélica busca da singularidade, que acaba saindo enlatada direto da linha de produção sob padrões extremamente pré-definidos. Enfim o grande mérito do FIT continua sendo seu público, surpreendentemente civil, mesmo diante dos maiores insultos cênicos. Não há paga maior nem verba que se compare à generosidade deste público, sedento de inovações, cooperativo para com todas as tentativas, mas extremamente inteligente e crítico, merecedor de voltar, quem sabe no futuro, a ser o foco, destinatário das novas tendências e linguagens.
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Essa opinião sobre as peças e o público é partilhada por nosso amigo Ricardo Matioli, que neste FIT participa com OS MENTIROSOS e A MULHER QUE MATOU OS PEIXES.

ENFIM, ELOGIAMOS ALGUÉM NESTE FIT NA PRÓXIMA POSTAGEM, CLIQUE AQUI


sábado, 17 de julho de 2010

FIT BY BIKE - IN AND OUT OF THE OTHER


Fomos já um pouco altos pela cerveja assistir DENTROFORA. Já antes de entrar a vinheta do FIT (em que locutora melhorou muito no inglês, se comparada com uns anos atrás) uma mocinha da produção foi até a frente da platéia pedir, por favor, para ninguém tirar nenhuma foto, como se a locutorinha já não o tivesse dito em uma língua e meia no áudio. Quando as cortinas se abriram, eu entendi o porquê. Aquele vestido da defuntinha é tudo o que há de mais luxo na face da terra. Eu também quis fotografar para alguém me arrumar um croqui, para eu providenciar vestido semelhante no meu casamento, que está quase de data marcada em Buenos Aires, agora que a coisa está liberada por lá. Lindo figurino! Lindo figurino! Mas é lógico que a peça também estava excelente, com destaque para algo muito profundo que aprendemos hoje: que as picas e as bucetas têm vida própria, não dependem daqueles que os possuem. O meu é teimoso como uma mula, nunca o senti possuir de fato.

Falando em pintos e bucetas, fomos em seguida assistir OTRO, do Coletivo Improviso, novamente naquele sentimento nostálgico de quem espera ver algo como IN ON IT. Aqui eles fizeram um serviço bem semelhante ao do Armazém. A gente entende como essa estória de processo e pesquisa coletiva é um samba do crioulo doido na hora de por tudo junto, mas foi bastante empolgante ver um show com dança, som ao vivo, até metais... Vamos certamente ficar com vários momentos inesquecíveis na cabeça, sem necessariamente conseguirmos nos lembrar a que espetáculo pertencem nem a relação entre eles. Destaque para a prodigiosa fluência dos atores em inglês, espanhol e francês. Devem fazer CCAA.

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

MARCHA INQUIETA PARA ZENTURO

A gente começou conferindo que gracinha que a Swift continua ficando mesmo com todas essas reformas meticulosamente pensadas para deixar o prédio com o mesmo aspecto. Brilhante. Aqui conseguimos um ângulo da fila do espaço 3, aguardando para A INQUIETUDE. Saiba a respeito, a Ana Kfouri é ótima. O cenário de zíperes e cordinhas dá vontade de plagiar para dar mais ludicidade às minhas aulinhas de inglês. O texto foi o grande forte, dava vontade de fechar os olhos para não me perder na montagem. No começo, pensei que o gafanhoto que invadiu o palco e alguns dos primeiros lugares havia sido ensaiado. Realmente causou grande inquietude na platéia nos primeiros momentos. A falta das almofadinhas nas arquibancadas também me causou certa inquietude. Análises mais sérias do espetáculo nas melhores publicações do ramo.
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foto generosamente cedida por Ricardo Boni
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Depois, conferimos fotos sensacionais de outros espetáculos na entrada do Ginásio do Sesc na grande expectativa de ter momentos catárticos semelhantes ao Por Elise e Amores Surdos, assistindo a MARCHA PARA ZENTURO. Lá, também encontramos arquibancadas sem almofadas, mas pensamos que as nossas nádegas são assim como o símbolo do gelo para a peça: nossos glúteos aparentemente arredondados são o presente, e devem desorganizar-se para receber mudanças mais profundas, porque todos mudamos, sempre, como o mundo. Ora redondos, ora quadrados, ora caídos. É nesta mesma marcha que de braços dados caminhamos rumo ao inevitável. Saímos outros. Valeu. Continuem conosco.





FIT BY BIKE - ENQUANTO HOUVER LUGAR

Este é nosso amigo Harlen Félix, quem nos frustrou os planos de fazer a pedalada para a abertura do FIT ontem, dando-nos uma carona no seu veículo automotor. Ou seja, fomos, como todos os mortais, engolidos pelo trânsito das imediações, extorquidos em R$ 10,00 no estacionamento e frustrados na esperança de que chovesse sobre a abertura para tornar o espetáculo mais realístico.

Enfim, aqui ele detona em seu debut como D.J., função que lhe custou extrema concentração e perícia, mas que ambientou uma fauna que ainda insiste em desfilar uma beleza estática, ou inerte, naquilo a que o remelexo diz respeito. Ao contrário de hoje, que vai dar gente saindo pelo ladrão, ontem a coisa não estava assim tão lotada. Os dias da semana prometem ser bem agradáveis na baladinha mais teatralizada de Rio Preto, logo ali no Enquanto Houver Lugar.

FIT 2010 - DEPOIS DE "ANTES"

Conforme havíamos prometido, acompanhamos o FIT. Embora muitos esperassem que a abertura fosse mais modesta, sem fogos, apenas o protocolo e o vídeo de abertura foram, para conforto da numerosa platéia, que nesta edição pode se empoleirar em arquibancadas que facilitaram muito a visão de um número consideravelmente superior ao de edições anteriores. A parafernália que possibilitou que essa gente se sentisse no interior de um grande teatro também foi impressionante, e fez jus ao dinheiro que foi gasto. Luz, som, efeitos, tudo para compensar o não estar indoors. Nada do que fosse legitimamente para o céu aberto.

Para quem já acompanha as últimas peças do Armazém que vieram a Rio Preto, os primeiros minutos logo revelaram que seria mais da mesma coisa, não que a mesma coisa não seja lindíssima, mas falta um pouco de sensibilidade em nós para compreender as nuances que diferenciam esses espetáculos compostos de pequenos monólogos filosoficóides declamados em cenografia suntuosa. Anyway, certamente estaremos na fila esperando por algo tão criativo e empolgante como foi Alice Através do Espelho.

Mas para não dizer que perdemos a viagem, além dos churros que estavam maravilhosos, ouvir essa verdadeira fada, Simone Mazzer, é um verdadeiro deleite. Conheça-a melhor. Aqui mostramos um trecho do que ouvimos ontem, o vídeo não está nítido, curta Perfect Day, by Lou Reed.

HARLEN FELIX DESCOBRE O DJ QUE HÁ EM NÓS NO ENQUANTO HOUVER LUGAR

quinta-feira, 15 de julho de 2010

FIT BY BIKE

Aqui vai uma foto fresquinha do grupo Armazém de Teatro preparando o palco do anfiteatro municipal para a apresentação de ANTES, espetáculo de abertura do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto 2010. Vai ser às 20h.
Flagras como esse serão a constante dos próximos dias neste blog com esta novíssima seção, que não tem nada a ver com ginástica na bicicleta, embora a experiência certamente nos deixará mais em forma. Rio Preto às vezes é tratada como uma grande megalópole, mas a verdade é que é possível fazê-la linda de bicicleta, de forma muito mais prática do que os poluentes automóveis, basta alguma saúde. Quer um pouco?
Acompanhe o festival conosco, você não perderá por nos aquendar. Opiniões, direções e impressões, não necessariamente nesta ordem. Muita merda para todos!!!


segunda-feira, 12 de julho de 2010

ALTERNATIVAS DIVERSIDADES ALTERNATIVOS INTERIORES


Olha só a gente aí, coadjuvante desta alternativa obra fotogrática.

"Interiores Diversidades" é o título da exposição que virou livro por Fábio Takahashi e Walter Antunes. Mais uma saga mesopotâmica cultural do GADA, muito bem sucedida por sinal. Nela, nós, LGBT, envoltos nessa névoa mística de erotismo que o senso comum baforeja na nossa imagem em suas mentes, tentamos ser mostrados como seres de vida cotidiana muito semelhantes aos pobres mortais heterossexuais, que serão futuramente extintos, sem antes sofrer gloriosa valorização no mercado.

Aqui, damos pipoca aos macacos. Somos mais normais que embalagem de maisena. Somos humanos. Estamos no meio disso tudo, somos parte desta louca diversidade do dia-a-dia, tendo o hífen caído ou não, de uma forma sustentabilissimamente harmônica para com a ordem do dia de todos os mortais. Não só posamos, mas também editamos, traduzimos e nos sentimos, não pais nem mães, pois esses são papéis até hoje negociados pelos meticulosos Walter Antunes e Fábio Takahashi, mas tias coruja, daquelas que apertam as bochechas dos lindinhos, para seu absoluto terror.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

QUIZ DA DERROTA


Aproveitando que estamos todos de pedras na mão, prontos para lapidar nossa seleção de futebol por sua vergonhosa derrota na Copa do Mundo, investigamos como você lida com os seus fracassos de cada dia. Bom QUIZ.

1 - COMO VOCÊ ENCARA O FRACASSO?

A - Como algo tão casual como o sucesso.
B - Nunca ouvi falar de tal palavra.
C - Meu estado permanente de coisas.



2 - Há quanto tempo você conseguiu ser bem sucedido em seu último projeto pessoal ou profissional?

A - Hein?
B - Existir para mim já se constitui uma grande conquista.
C - Ontem mesmo fechei mais um contrato com mais uma multinacional.


3 - QUAL É A SUA PRIMEIRA REAÇÃO AO FRACASSO?




A - Chorar, entrar em depressão, deixar de trabalhar e batalhar o auxílio doença no INSS.

B - Acesso de fúria. Quebro coisas, ofendo quem estiver perto até passar.

C - Converto tudo em ácido em meu estômago.



4 - QUE TIPO DE PERDEDOR VOCÊ ERA NA JUVENTUDE?

A - Sofria bullying na escola. Tinha complexo da minha aparência. Não tinha vida romântica.
B - Pior aluno da classe. Dependia da popularidade para me dar bem sempre com complexo de culpa.
C - Fracasso em todos os aspectos de forma homogênea.

5 - SEU LEMA NA COMPETIÇÃO:


A - É melhor um na mão do que dois voando.
B - Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
C - Se não se pode com eles, junte-se a eles.