sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

QUIZ DA ARROGÂNCIA

Pessoas como eu e você são arrogantes porque nascemos após 1980 e, portanto, constituímos a geração Y. Fomos crianças que cresceram sem os ritos familiares necessários para interiorizar de forma orgânica os princípios da hierarquia e da autoridade, fundamentais para o funcionamento de qualquer sistema corporativo. Fomos mimados desde a infância por pais que temiam igualar-se aos avós, tão rígidos, modelo que eles acreditavam ser inadequado naquela época. Hoje somos profissionais com dificuldade de receber qualquer espécie de feedback negativo, respondões, arrogantes e mau educados, comprometemos a harmonia da convivência no ambiente de trabalho com a nossa insolência, e cada vez mais temos que nos empenhar em parecer tecnicamente impecáveis para evitar que a equipe e os patrões fiquem de saco cheio e nos coloquem no paredão, de tão insuportáveis que nos tornamos. Foi para investigar os traços mais comuns da Geração Y, mesmo para quem ainda pertence à X ou para quem já faz parte dos grupos do KY que desenvolvemos este QUIZ. Vamos determinar o quanto você se insere na categoria acima citada. Se joga, sua egípcia!

1 - COMO VOCÊ VÊ OS SEUS SUPERIORES?

A – Seres que copiarei no intuito de ser como eles, ter o que eles têm e ocupar a posição que eles ocupam no futuro.

B – Não acredito em vida superior à minha.

C - Uns otários dos quais dependo temporariamente até que me aposente.

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2 – Como você se sente ao interromper algo importante que está envolvido para atender a alguma solicitação inesperada de seu superior imediato?

A – Sinto-me aliviado em poder enfim realizar tudo o que realmente importa em minha organização, que é a vontade de meu superior.

B – Qualquer coisa que interrompa a monotonia do meu ato de trabalhar será bem vinda.

C - Tenho ímpetos de agredi-lo(a). Limito-me a salientar a insignificância e a impertinência da requisição por meio de algum comentário irônico.

3 - QUAL É O SEU PAPEL DENTRO DA HIERARQUIA DA EMPRESA ONDE TRABALHA?

A – Servir, servir e servir.

B – A peça fundamental sem a qual nada nessa firmazinha funciona.

C - A última bolacha do pacote.

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4 - VOCÊ CONSIDERA A SUA ATITUDE ARROGANTE PARA COM SEU CHEFE E/OU SUBORDINADOS?

A – Me auto-flagelarei e depois jogarei uma salmoura em cima se meu superior imediato sentir qualquer traço de arrogância em quaisquer de minhas servis atitudes.

B – Arrogância não combina com a retidão espiritual de meu caráter perfeito.

C – Esses miseráveis não tiveram de mim nem um décimo do que merecem.

5 - O QUE É SER ARROGANTE PARA VOCÊ?

A – É ser insuportavelmente insubordinado, como tantos que eu conheço, indiferentes ao amor absoluto que devemos sentir pelos nossos superiores diretos.

B – Algo completamente avesso à extrema modéstia e profunda humildade que fazem parte da grande excelência do meu perfeito ser.

C – É ser eu cuspido e escarrado, não nego. Sofro pouco sabendo como sou, e tenho consciência tranqüila de que a incompetência encontra vários subterfúgios para se melindrar contra a verdade que não suporta.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PRIMEIRA PARADA DO ORGULHO LGBT DE ANDRADINA

A primeira parada gay de Andradina partirá de frente ao shopping, perto do grande sutiã, marco da cidade, para os desavisados que passam pela Rondon. O horário mais conveniente é o final da tarde, já que o trajeto pela Avenida Guanabara logo depois do almoço é muito quente e ensolarado, e ainda mais por ser uma subida, faria grudar as plumas das echarpes no suor dos nossos pescoços.

O público estimado para o evento é de cerca de dez mil pessoas, entre gays, lésbicas, transexuais, travestis e simpatizantes. Embora a cidade certamente conte com o número estimado de entendidos entre seus habitantes, o sucesso de tal parada será devido à posição central de Andradina em relação às outras localidades. Virão bibas de Murutinga, Castilho, Itapura, Mirandópolis, inclusive da colorida Ilha Solteira, cuja cena gay tem potencial para fazer frente até mesmo a Três Lagoas, onde já há alguns bares LGBT se estabelecendo discretamente. A verdade é que as gerações de pessoas que engrossam a população diversificada da Terra do Rei do Gado ainda se escondem no aconchego da sala de bate-papo, em que Andradina se desponta como um grande centro de convergência, em que as mais enrustidas se poupam dos riscos da exposição de sua bichice interiorana. A partir da incorporação da parada gay de Andradina no calendário de eventos da região, novas atitudes com relação à identidade que já existe vão se desenvolver entre a população que se mantém no armário.

O desfile de trios elétricos e tropas de peões seminus montados em alazões imponentes, remontando os carentes tempos dos pioneiros, distantes de suas famílias, desbravando as matas fundas desses sertões, seguirá até o Centro Cultural, onde haverá a concentração, com a execução da versão dance do hino de Andradina, DJs, shows de drags convidadas de grandes centros, como Araçatuba, além de gogo boys indicados pela própria cultura.

É certo que as primeiras edições do evento ocorrerão patrocinadas com verba pública, mas em breve toda a renda proveniente da única forma de turismo que dará certo nesta árida noroeste, despertará o interesse dos empreendedores locais, que disputarão exclusividade nos investimentos em atendimento especializado no ramo.

Bibas de Andradina! Vocês sabem exatamente o quão divertida a sua vida pode ser? Imaginar já é um primeiro passo para que aconteça: parada do orgulho gay de Andradina, já!

domingo, 13 de novembro de 2011

FLASH MOB RIO PRETENSE

A ideia não é assim tão nova, inclusive aqui na terrinha:



Mas a proposta agora é um pouco mais desafiadora, algo para quem canta. Para você que está louco para fazer parte de um grande coral, mas não está disposto a ficar lá esperando horas cada um dos naipes passar a própria voz, deslocar-se até um local longínquo, frustrar-se com a ausência dos seus colegas, vai agora poder ensaiar no aconchego do seu lar, e sair para brilhar no Natal, como esse pessoal no shopping:


Acredite ou não, algo assim acontecerá em São José do Rio Preto: WORKING WITH JOY é o link para você aquendar o babado no facebook. Você vai à página dos vídeos, escolhe aquela voz que fica mais confortável para o seu gogó e vamos treinando. A página também disponibiliza aquecimentos, dicas, preparação e atualizações para você ficar por dentro de quando e onde será o grande dia. Já tem uma galera participando. Falta você. A música é essa que vai abaixo, feita num cânone mágico, aqui, em Saint Joseph of the Black River. Enjoy:

domingo, 30 de outubro de 2011

A PARADA GAY DA ABIGAIL ROSSELINE

Na Parada Gay da Abigail Rosseline, a trava que resolver fazer top less vai levar bronca no microfone. Afinal de contas, para tudo há um limite e os bons costumes ditam que você não lance suas tetas pela avenida, não importa o quanto elas tenham te custado, não importa o quanto você se orgulhe delas.

Tal controle só foi possível porque realmente não havia assim tanto público para vigiar. Embora não tivesse reunido um quarto do que normalmente comparece a uma parada gay por essas bandas, só o fato de ter conseguido mais viaturas, e até mesmo mais trios elétricos do que precisava, deixou o GADA com a cara na poeira vendo a Parada da Abigail Rosseline passar Andaló afora, sem que nenhuma enchente relâmpago tenha varrido todos até as obras da Philadelpho.

Mesmo sem garantir que toda essa polêmica e modesta vitória lhe garanta os votos com que ainda contará, a presença de lideranças com a coragem da realizadora desta parada serve para fazer com que as maricas se movam, não para ficar repetindo a que vieram, mas justificar o porquê de permanecerem onde estão. A concorrência fará bem a quem já está preparando o figurino centavo a centavo para sair na avenida Alberto Andaló celebrar a nossa diversidade, livres com nossas tetas de fora, sem essa repartição e politicagem que move a coisa toda.

O nosso ídolo Mansil estava lá, e o movimento a Parada é Nossa garantiu a visibilidade que mereceu por tudo o que teve de se virar nos 30 para não deixar 2011 em branco no que diz respeito a dar um grito de orgulho pelo que somos, por tudo o que a gente tem de se fazer ser para se sentir dentro de uma sociedade que consegue muitas vezes ser bem cruel. A noite seguiu adiante no bar e na boate. Mas essas maricas aqui trabalham e por ora, dormiremos. Beijo.

sábado, 29 de outubro de 2011

BALADA DE HALLOWEEN


Foi no meio da muvuca de Halloween Teen, cada vez mais na moda na cidade, que a gente conseguiu aquendar algumas breves palavras do Globalíssimo Bruno Gissoni. Assim como nós, o DJ da Malhação também estava trazendo um acessório de Halloween, seu fone de ouvido, com o qual ele deu uma palhinha na mesa de som no melhor estilo Jesus Luz no Altas Horas, aqui com ela ligada e já belamente pilotada pelo DJ Junior, do ZZT. A Balada do CCAA Just Kids chacoalhou os esqueletos desses pequenos por várias horas, servidos de gulosemas tenebrosas, num ambiente macabramente familiar. Senhas para foto, gente, tem dele para todo mundo. O Halloween continua pelos próximos dias, aguarde cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ME CUTUCA

Me deu uma coceira nos últimos dias. Vontade de tomar umas cutucadas no facebook. Nunca cutuquei uma pessoa sequer na ferramenta. Sempre achei inúteis os botões de cutucar ou sacudir, porque eles nada dizem. Há muito pouco de humano em ver num canto da sua página inicial que alguém cutucou você. Mesmo assim, aos poucos, a gente vai entendendo as pequenas demandas que se insinuam em cada cutucada, ao ponto que elas, de certa forma, servem para elencar quem está carente de uma resposta adequada da sua parte. Ainda assim, mantenho a elegância de não cutucar nenhum outro perfil.

Acontece que num segundo de ócio, postei que eu me sentia um queijo suíço de tantas cutucadas que levava, como se realmente fossem tantas assim. Meus amigos hoje estão muito mais ocupados imaginando o que tantas cutucadas desconhecidas significam. No meu caso, o espirituoso protesto no facebook me rendeu todos os cutucões, que eu nunca tinha levado, de quem nunca havia me cutucado antes, apenas curtido meus comentários e links. Senti um pouco do conforto que a notificação de alguém curtindo algo meu já estava me proporcionando, mas a artificialidade de todos esses botões padronizados permanece, como quando, num desabafo de algo ruim que você esteja sentindo compartilhado no face, ou de algo catastrófico que as pessoas tomem conhecimento de você, pela sua própria disposição de ficar contando, você acaba se deparando com uma série de dúbias curtições: será que o botão foi usado por simpatia à nossa dor, ou o nosso pesar parece realmente ser curtido por alguém, entretendo-o de certa forma?

Não é para isso que a coisa serve? Tirando todo o potencial corporativo, institucional, mobilizador que as mídias sociais carregam consigo, do que não passam para a maioria dos seres viventes do que mera fofoca on-line? Uma fonte inesgotável de mal-entendidos, como toda linguagem, um risco para a segurança pessoal e patrimonial de quem se expõe de forma inconseqüente, um veículo de assédio, bullying, difamação e calúnia, como todos os meios de comunicação são potencialmente; como todos os humanos são potencialmente monstros, conforme comunguem o que trazem no íntimo; como cada cidadão se converte em líder, conforme tenha adesão aos seus pleitos; como cada pessoa se transpõe em anjo, conforme faça de suas palavras instrumento de algo divino.

Assim é que nadamos conforme a correnteza de forma aconchegante junto à massa de quem dependemos para a vida em sociedade, por mais que você não tenha 228 amigos, por mais que ninguém lhe responda o “bom dia” escrito da mesma forma que o “bom dia” falado, por mais que quem curte seus links nem sempre os lê ou os vê ou os entende. Algo restará de nossa presença física quando seu computador der pau, quando seu dispositivo móvel for roubado, quando a banda larga mundial entrar em colapso e você precisar inevitavelmente remover suas nádegas da frente do computador para conseguir o que deseja. As coisas não eram assim antes e não serão assim amanhã, portanto se cutuque, para o bem de quem você realmente é, e não deixe de twittar para sempre em sua mente o porquê de você ser quem você é neste mundo que ainda não está totalmente digitalizado em sua indigitalizável complexidade.

texto gentilmente concebido para a revista andradinense FALA, de outubro

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

YES! - NÓS TEMOS PARADA


Quem não está acreditando e pretende ir lá para crer vai certamente engrossar o movimento "A Parada É Nossa", encabeçado por uma de nossas mais inéditas candidatas a vereadora Abigail Rosselini, que após um embate de alguns meses com o GADA, que parece ter cansado um pouco de fazer o evento todo o ano, decidiu fazer a coisa acontecer sem a bênção dos caciques do terceiro setor LGBT. Para isso, contando com as mídias sociais, polêmica e uma boa dose de oportunismo, o movimento vem levantando um trio elétrico aqui, uma camiseta ali, um participante acolá, sempre com o discurso de que todas essas coisas que eles estão rebolando para conseguir (trio, música, alvará, abadá) não são necessárias. É a própria ativista em seu site que diz que tudo irá muito mais além do que simplesmente beijar na boca e beber. Trata-se de uma atitude tão diversa em comportamento que tem potencial para receber apoio da comunidade evangélica. Mesmo com a obrigação cívica de falar sério, votos de pobreza feito pela organização e a grande possibilidade de não passar de uma modesta perturbação da ordem em que os envolvidos acabarão se divertindo muito pouco, não deixaremos de prestigiar a ocasião que marca o nascimento desta página de promoção da diversidade, da expressão do nosso pensamento crítico e contato com você. Saiba mais sobre o movimento aquendando o blog deles. A PARADA É NOSSA. A Praça, fica no SBT, e é outro programa de humor. Não deixe de levar o seu guarda-chuva, continuaremos, a exemplo de Baddy, chovendo na sua parada.

domingo, 2 de outubro de 2011

ALMA LAVADA NA TERCEIRA PARADA DE BADDY BASSIT

Ao contrário da primeira data que estava marcada nos sites oficiais, e que nos fez perder a viagem no meio da pracinha da Vila Borboleta, hoje a Parada de Baddy Bassit aconteceu mesmo. Pelo menos começou. Não nos encharcamos atrás do trio porque não havia teto para todo mundo lá no recinto. Parte do público também se dispersou em meio a tempestade que começou assim que o trio elétrico chegou ao local da festa, que iria até altas horas. Voltamos bem cedo.

Assim disse o GADA, choverá no dia da Parada. Aqui não foi diferente, não se sabe quem choveu na parada de quem. Abigail já nos disse que na Parada de Rio Preto chuviscou e ninguém derreteu. Derreter, não derreteu, mas a dispersão foi grande. Aqui na foto vemos como ela não tomou uma gota dessa chuva.

Ainda assim, a imagem da Parada acontecendo num lugar como Baddy Bassit ainda tem uma surrealidade que vale a pena você conferir. Quem falava ao microfone se dirigia primeiro a Rio Preto do que a Baddy. Esperança de consolo para quem se preparava para uma super parada na Andaló. Por enquanto, não haverá trio elétrico, não duvido que arrumem um. Assim como o trio, o beijo na boca não é a essência da parada. A essência é a visibilidade, a mobilização. Exercício que volta a ser praticado da estaca zero depois que a cena gay resolveu se fragmentar pela disputa política e demagogia generalizada.
A Parada de Baddy Bassit não foi por água abaixo. Ao menos ela prova que, sim, é possível levar a galera para a rua e dar esse anual lembrete à sociedade em geral de que existimos, queremos e merecemos respeito, por mais que ainda tenhamos problemas em nos respeitarmos a nós mesmos, seja calando, escondendo, negando e disfarçando, seja bagunçando a coisa toda. Seja justificando a falta de vontade política com uma série de desculpas esfarrapadas, seja sem a capacidade de negociação séria e articulação política desinteressada, preocupada com o interesse do povo e realização conjunta, sobre a individual. Rio Preto ainda é muito mais gay-friendly do que muitos outros lugares do país. Basta uma pequena dose de arrogância e teimosia para fazer voltar para trás tudo aquilo que até o momento foi conquistado. Para uns, continua a luta. Para outros menos, permanece o sonho de uma conjunta edificação.

domingo, 18 de setembro de 2011

ALTERNATIVAS PARA A PARADA GAY DE 2011

Assim disse o GADA: Não vai ter parada. Você, que já tinha se programado e antecipado o pagamento do ônibus da excursão de Andradina para cá para se garantir, vai poder bater lá na porta do GADA para ver para onde eles te mandarão. Mas, positivamente falando, a ausência de uma parada em São José do Rio Preto em 2011 (o que certamente faria toda bancada evangélica feliz, assim como traria conforto à PM tão cheia de responsabilidades mais edificantes do que se certificar que uma legião de bibas não estarão se fazendo nos matinhos vicinais, enquanto o Araquetu toca deixando todo mundo tremendo que nem pipoca) nos convida a conceber formas alternativas para um evento tão importante, que deu origem a este blog, e que depois de uma série de embates, vai indo por água abaixo sob as chuvas do fim do ano para onde ela seria adiada caso sequer ocorresse. Há o que ser feito para que você não perca a oportunidade de manifestar aquilo que você esteve e estaria lá para manifestar?

uma voz parada pela parada

A – PARADA NO CITYVILLE

Pensando em todo o trabalho que dá fazer uma parada no mundo real, as ferramentas de simulação da internet são uma boa alternativa. Uma Parada no CityVille com certeza mobilizaria muito mais pessoas, algumas das quais com medo de mostrar suas caras em público. As mídias sociais já têm sido usadas pelas inconformadas de plantão, reclamando, acusando e cobrando. Na prática, a sociedade em geral ainda não dá tanto pela falta da tal parada. Mas um flashmob certamente levaria algumas pessoas de boa vontade, à exemplo do Vergonha Rio Preto, manifestar o orgulho e defesa da diversidade, se isso realmente for de interesse de ao menos parte da sociedade, mesmo que não haja tanto glamour, 80 mil pessoas, etc. Virtualmente, tal empreendimento também ficaria prejudicado por conta da avareza dos interessados, que certamente restringiriam as moedas, mesmo que do CityVille para o trio elétrico, para o patrocínio, e se há dinheiro público para se fazer a coisa, a regra é sempre a apresentar menos do que poderia ter sido.

B – PARADA DE BADY BASSIT

É para onde serão exiladas aquelas que não conseguiram empreender a coisa nessa complexa megalópole. O evento genérico certamente servirá de palanque para a comprovação de que a verba existe e que deveria ser utilizada neste ânus. Ao mesmo tempo a situação será confortável para a grande maioria do público gay desta região, a própria localização da boate LGBT de Rio Preto assegura o seu sucesso, longe do perímetro urbano, ao lado da zona, onde os freqüentadores podem sentir o aconchego de um esconderijo a salvo do julgamento do público. Desta forma, Bady também será um refúgio para quem não pode, não conseguiu, mas também para quem não iria de qualquer forma de jeito nenhum a uma parada gay em São José do Rio Preto, com medo de quebrar seu próprio filme.

RESPONDA AO QUIZ DA PARADA GAY DE BADY BASSIT NOS DIFERENTES ASPECTOS:

A) Para quê sair do seu conforto dominical até a parada de Bady?

B) Que tipo de encontro você espera travar em tal festa?

C) Pelo quê você não espera definitivamente ao ir à parada de Bady?

D) O que é mais uÓ na festa de Bady?

E) Qual é a vantagem de ir à uma festa tão remota?

C – PACOTE ORGULHO GAY.

Pergunte-se para que é que serve uma Parada Gay. Pergunte-se se ano após ano, vemos algum avanço na obtenção de igualdade entre gays e héteros que possa ser relacionado à toda essa pourpurina jogada para cima. Vemos lideranças dentro deste seguimento se acusando e se combatendo enquanto o preconceito e a discriminação permanecem nas vidas de todos. O único lugar onde parece não acontecer é na própria parada gay, onde todos desfrutam de algumas horas de ilusório conforto. Faça uma listinha de pessoas importantes na sua vida para quem você deva se assumir, sair do armário e impor seu respeito devido. Faça. Uma vez cumprida a tarefa, desfrute de sua liberdade num dos três ou quatro locais da cidade feitos para gente como você. Quando sentir-se confiante suficiente, apareça nos outros trocentos lugares da cidade com a mesma atitude, disposto à responder elegantemente às diferentes reações. Manifeste-se. Comente. Abra-se. Se ainda após tudo isso, faltar uma grande mobilização nas ruas para celebrar tal felicidade, empreenda uma, chame seus amigos, organize-se. Celebre, dance, comemore, mostre a todos quem você é e quão feliz você se sente. Defenda seus direitos e daqueles próximos de você. Orgulhe-se de você mesmo e faça com que alguns também tenham orgulho de você, não só por ser gay, mas simplesmente por ser você.

domingo, 21 de agosto de 2011

RESPOSTA DO MONOQUIZ

BRUNO GUISSONI, o DJ Pedro da Malhação. É ele quem vem para a balada de Halloween do CCAA Just Kids 2011.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

POMBINHOS na LAJE


Patrícia e Gustavo Nascimento surgem como um previsão do que está por vir em nossa música, quando através da imersão e do estudo do canto erudito, revisitam o popular de uma forma nostalgicamente inspirada nas cantoras do rádio, que tinham muito da mesma escola. Aqui, em pleno século XXI, pitadas de sofisticação temperam o repertório desses dois pombinhos prontos a alçar vôos cada vez mais altos. Curtam Gustavo e Patrícia Nascimento no YOUTUBE de QUENDAR AS ALTERNATIVAS.

domingo, 14 de agosto de 2011

MONOQUIZ - Qual ator da malhação virá para a Balada de Halloween do CCAA Just Kids?

Isso mesmo, desta vez a escola de inglês TOP OF MIND de São José do Rio Preto, o CCAA Just Kids, abala no Halloween e dá uma super balada para seu público teen com direito a open food e biritas para maiores de dezoito num super espaço: o Buffet ZIG ZAG Teens, na redentora. DJs, atrações diversificadas, tanto na escola quanto no shopping, mas o que as garotas querem mesmo saber é quem será o galã da vez. Como já foi anunciado, será alguém da Malhação. Aqui vão três alternativas para você tentar adivinhar.

A - Bernardo Mesquita, o Fred.


B - Bruno Guissoni, o Pedro.


C - Duam Socci, o Eric.


domingo, 31 de julho de 2011

AQUENDA QUENDA NO QUENDAR

Hoje vamos aquendar a última noite da Mostra Interiores no SESC. Além de todos os curtas sobre os quais nós já postamos, vale mencionar esses dois internacionais para que você, que vive em centros mais bem estruturados que o nosso, possa ir procurar quando ele estiver pelas suas bandas. A gente manda um trailer de bônus de cada um dos filmes de que falarmos. A começar pelo poderosíssimo Contra Corrente:


Neste filme, homossexualidade, embora seja parte do conflito central, fica ofuscada pelo brilhantismo do roteiro e da concepção, de uma fotografia onírica de um lugar aparentemente perdido no nada, onde personagens pequenos como o vilarejo de pescadores em que vivem, são sacudidos pelo impensado romance de um misterioso forasteiro e seu líder de maior exemplo para as crianças. Um dos trunfos do filme é seu realismo fantástico, mas daí para frente, há que se assistir. É de cair o cu. O longa que assistimos logo antes desse foi Patrick 1.5. Veja o trailer do filme Sueco abaixo com legendas em inglês. Se a língua ainda derruba você, faça inglês no CCAA Just Kids.


Filme de ótima qualidade, com mensagem mais do que apropriada para a Mostra, acaba de forma talvez um pouco "final feliz" demais, mas não deixa de ser inspirador para nós, pessoas latino-americanas com vontade de ter um mundo mais feliz para os nossos filhos. Outro grande achado do evento.

Depois disso, a gente não poderia deixar de mencionar o nosso xará, QUENDA.


Embora um desses três personagens seja realmente autêntico, com uma postura realmente de inclusão e resistência por seu direito de ser quem é, as estórias dos demais não deixam de ser comparadas por nós com outro curta muito revelador sobre a maneira como caras como nós se sentem em NÃO GOSTO DOS MENINOS, este último não fez parte desta Mostra Interiores, ainda.

terça-feira, 26 de julho de 2011

GAROTAS DA CAPA II

Nas bruscas tentativas de ajustar-se à conveniência de sentido de nossa curva constante, mudamos nosso layout uma nova sequência de vezes para tentar definir os rumos de nossa produção. Aí vão algumas das nossas últimas capas:

As cavalas saltitantes do xadrez fazem menção saudosa à extinta Heaven, ponto de partida da nossa aquendação rio-pretense. Aqui, esboçávamos a intenção de nos mover por caminhos ainda inexplorados e inusitados para aquilo a que a nossa comunicação a princípio se propunha.

Já na fase de resgate da mítica borboleta azul do extinto grupo andradinense Quando Dá, começamos de forma bastante sucedida a aquendar teatro, sobretudo o FIT, embora outros eventos teatrais dessa Rio Preta também tem rendido certo pano para nossa manga.

Aí chega certa parte do ânus em que a gente ferve mesmo e se envolve com aquela que nos fez nascer, que é a Parada LGBT de São José do Rio Preto. Há boatos de que ela talvez não aconteça em 2011. Duvidamos. Estaremos lá para ver. Gritaremos para que ela aconteça e tenhamos o básico direito de nos celebrar. Aqui, na imagem, participamos do evento de 2010.

E, finalmente, nossa última proposta de falar sério sobre assuntos relevantes e de alta contundência. Fracassamos. Nossa pauta é mais normal que embalagem de maisena. É por isso que agora estamos como estamos, colhendo fruto por fruto de toda a tempestade a que tem direito aqueles que plantam vento. Bafo! Continuem conosco. Até a próxima.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

COUNTRY QUIZ

Inspirados nos mais efervescentes eventos que sacodem a nossa faroéstica São José do Rio Preto, propomos este novo questionário para a comunidade refletir sobre o nosso papel nessa estória toda.

1 - QUEM É VOCÊ NO BRETE?

A - UM TOURO BANDIDO

B - UMA VACA LOKA

C - UMA BEZERRA DESMAMADA

2 - O MAIS DIFÍCIL AQUI NO RODEIO É...

A - CABER NA MINHA CALÇA

B - NÃO SAIR PASTANDO DE BÊBADA

C - ESTACIONAMENTO

3 - SOBRE OS COWBOYS...

A - QUERIA SER COMO ELES QUANDO CRESCER

B - SÃO COVARDES QUE TORTURAM ANIMAIS INDEFESOS DE DEUS

C - CANSEI DE FAZER

4 - PARA NÃO DAR PINTA NO RODEIO EU...

A - NÃO PEÇO NEM A BÊNÇÃO PRO MEU PAI NA FRENTE DA GALERA

B - BEIJO UMA RACHA

C - FAÇO VOZ DE BOFE E CAMINHO COMO SE ESTIVESSE COM ASSADURA ENTRE AS COXAS

5 - NUMA ANÁLISE MAIS TÉCNICA SOBRE O ESPORTE ...

A - PULO FEITO UMA LOUCA, MAIS QUE OS TOUROS, ATÉ UM DAQUELES PEÕES ME MONTAR

B - UM CAVALINHO ENRUSTIDO É MAIS GOSTOSO DE MONTAR

C - COM CARINHO EU ENCARO ATÉ A ESPORA

segunda-feira, 18 de julho de 2011

QUENDAR AGRADECE AO FIT

Mais uma vez gastamos algumas dessas nossas páginas tratando do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Embora você não nos tenha aquendado tanto como no ano passado, atribuímos isso ao fato de que este ano a gente avacalhou bem menos com as companhias, dando a coisa um ar mais condizente com a nossa pretensa vocação de críticos teatrais. Escrevemos para o Bom Dia, demos nossa opinião para o Diário, fomos lidos e nos manifestamos sobretudo sobre as condições da platéia do festival.
Hoje, além de tudo o que já foi dito, vamos reforçar o repúdio à decisão tomada pela organização do FIT, com o apoio de grande parte da classe artística da cidade, de se restringir a participação somente aos grupos que tivessem DRT. Questionamos o pressuposto de que o teatro profissional signifique necessariamente qualidade, ou que o amador seja o contrário disso. Gostaríamos de ver, com coragem, uma seleção que não se limitasse a meramente cumprir a agenda dessa grande associação de festivais nacionais e internacionais do país, das entidadezinhas locais, de apadrinhados ou qualquer outra fórmula fácil e lançar-se ao desafio de analisar meticulosamente cada trabalho, como o objetivo de compor uma grade original e única, fazendo deste um festival diferente de todos os outros e não apenas mais um.
Ainda em tempo, gostaríamos de agradecer a quem nos leu durante essa nossa incursão teatral, desculpar-mo-nos por não ter conseguido ver vários dos espetáculos que participaram do FIT, sobretudo Gardênia, veja o trailer abaixo, de que tanto ouvimos e simpatizamos com o tema. Ainda vamos atrás de vocês, meninas, continuem nos aquendando. Nos próximos dias, fecharemos a longa aquendação da programação bafo da Mostra Interiores.

domingo, 17 de julho de 2011

FIM DO DESLIZANTE UNIVERSO DO FIT


O Universo deslizante do Duque Hosain'g, da Automakina de Pernas Pro'ar fica muito muito muito longe mesmo. Pra lá da Zona Norte. Há quem, na décima primeira edição do FIT, ainda não tenha aprendido a usar o google maps para descobrir aonde a Prefeitura decidiu exilar os grupos que rebocam dos mais diversos pontos do Brasil. É claro que a intenção aqui é o que conta, e funciona. Se eu comparar a cidade onde eu nasci, no Paraná, que tem o mesmo tamanho desta, onde obras de tamanho engenho, de grandiosa arte e de inquestionável poesia não tomam as ruas de forma tão institucionalizada, verifica-se que a população em geral entende a palavra "teatro" como sendo um prédio construído especialmente para "esse tipo de coisa", e único lugar imaginável para isso. Aqui, não. Desde muito cedo os rio-pretensiosinhos vão aprendendo o verdadeiro significado, mais verbal, do termo teatro. Isso é uma vantagem muito mais concreta em relação a outros centros e nos expandem a abertura das janelas que abrimos para perceber o mundo.
Falando em janelas, falando em entender o significado das palavras, fomos na mesma noite ao SESI aquendar a fascinante viagem dramatúrgica do espetáculo de Portugal. No vídeo abaixo, Tiago Rodrigues, seu criador e ator, fala sobre alguns dos temas que ele aborda. Preste atenção quando ele diz o que propôs sobre os políticos.



Mal sabia ele que o deputado mais votado da história do nosso país ganhou as eleições justamente afirmando que não tinha a menor idéia do que se faz um deputado. É ou não é? Será que nós no Brasil somos assim tão surreais ou a dramaturgia foi modesta demais ao jogar o suposto impensável na tela de um telejornal real? Vale dizer também que aqui no Brasil temos uma das melhores dublagens do mundo, o que não desmerece a impressionante performance do grupo. Embora algo que talvez seja mais profundo em termos de experiência reflexiva seja escolher que tubo de iogurte levantar a mão para pegar. Foi uma piadinha de português sobre nós, quando ele jogou de volta na caixa a garrafinha do honesto, supondo que não haveria nenhum numa platéia brasileira. Ele está no direito dele, se pensarmos no que de anedotas a literatura abunda sobre essa nossa relação tão fraterna com os amigos d'além mar.


É dessa forma, finalmente, que nós, brasileiros, portanto, acabamos por nos identificar com o Till, do fechamento do FIT 2011, pelo grupo Galpão. Heróis tortos capazes do impensável e do fantástico, tamanha essa nossa lábia e essa capacidade de dar jeitinho naquilo que parece sem solução. Nossa nação tem crescido sobre bases cada vez mais sólidas da desonestidade institucionalizada, da corrupção obscena e do desrespeito escandaloso sobre o direito do próximo. Haverá quem resgate nossa consciência do inferno? Como será que levaremos para casa todas essas coisas sobre as quais a gente tem o glamour de debater nessas ocasiões tão solenes, como o FIT, e tão vitais para o futuro e para o crescimento de todos nós? Por falar nisso, desta vez conseguimos chegar à represa a tempo de pegar o churros fresquinhos.
Bacana que exista gente em Rio Preto pintando as telas e a cara, panfletando, protestando abertamente, tentando tomar um outro caminho. Infelizmente, o teatro descansa para a maioria, mas há quem vislumbre para o futuro, por causa da demanda, um interminável FIT, constante ao longo do ano todo, mobilizando milhares de grandes e pequenas companhias todos os dias em todos os teatros e espaços da cidade, soterrando Rio Preto de turistas em todas as temporadas, espichando o centro verticalmente com hotéis de luxo, padrão, pousadas e o escambal, fazendo deste lugar um surreal palco nacional, digno de figurar inexplicavelmente nas manchetes de um jornal como o de SE UMA JANELA SE ABRISSE, do Mundo Perfeito.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

UMA MÃO PARA A CIA DOS PÉS


Quem se deitou na grama ao pé da caixa d'água à frente das cadeiras espalhadas atrás do Centro Regional de Eventos esta tarde teve uma visão bem diferente da nossa. Algo como se estivessem vendo a peça de frente, como se o chão em que as bailarinas pisavam estivesse mesmo na horizontal. No muro do SESC, um grupo de curiosos deixaram as suas atividades para ficar conosco hipnotizados pelas imagens vertiginosamente antigravitacionais da CASCA DE NÓS, da Cia dos Pés, que com seu caráter vigoroso e virtuoso, tem produzido algumas das coisas mais originais em termos de estética que se podem aquendar no teatro desta terrinha. Quem os acompanha, sabe que eles estão mais do que preocupados em pesquisar novas possibilidades dentro de algo absolutamente marcante e extremamente esgotável. O sol desta tarde impossibilitou a iluminação concebida para o espetáculo noturno, que não fomos ver, mas que em nada faltou diante da luz tão apropriada para o texto que tratava destas aconchegâncias.
A caída onírica de flores e fitas, os tules das bailarinas, as coreografias flutuantes, tudo isso se sobressai ao inevitável equipamento de rapel deste, de um anterior e quantos outros espetáculos a companhia encenar sobre o mesmo confortável palco. Vou soprar a dica de introduzir as inevitáveis cordas na dramaturgia do espetáculo, ou fazer daquele complexo mecanismo um adereço importante como o buquê, ao contrário do que seria um microfone, ou uma joelheira que se tenha que esconder. Todos esses ganchos e nós e cordas podem contribuir com significado, seja simbolicamente como tem preferido teimosamente o grupo no uso de seus elementos, seja na reconstituição de situações de realismo trágico ou mesmo fantástico, a que o grupo talvez tenha um inusitado potencial.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

OXIGÊNIO EM FORMATOS BIZARROS


Esta foi a mistura mais óbvia num título, para esta nossa mais nova embolação aquendativa de assuntos, uma vez que o FIT vai indo para o seu reto final e a Mostra Interiores se prepara para sair à tona. Bem que o ator de OXIGÊNIO faz lembrar algo do misterioso professor de literatuura do trailer do curta do nosso amigo Luffe Steffen, FUMAÇA EM FORMATOS BIZARROS. A apologia ao consumo do produto fumígeno é mais explícita no primeiro, embora sejam sobre cigarros diferentes. O ator da peça tem, porém, um espírito e performance anos luz sobre o do filme, bem como o elenco que o apoia. Agora, vale dizer que mesmo os formatos mais bizarros da narrativa e encenação que o espetáculo teatral se utilizou, na vaguidão que a sobreposição de temas resultou para ambos os trabalhos, há na peça mais êxito em nos dizer a que veio. Num empolgante jogo de palavra, corpo e música, fomos levados a viver a estória de um assassinato impulsionado por motivos afetivos ao ponto de tomarmos partido ora da vítima ora do carrasco, na legitimidade de suas posições, caindo um pouco em um cansaço vago quando os personagens dele e dela, monológicos, caíam em discussões mais acaloradas sobre grandes e diversos conflitos da geração a que todos aqui pertencemos. De forma geral, o espetáculo nos prende pela força de seus participantes, mesmo que não tivesse havido a apoteose da abertura da rampinha com a tampa de espelhos, o que pode ter causado a vertigem que levou aquela loira, que não conseguiu descer do alto da arquibancada a tempo, vomitar na porta da Swift. OXIGÊNIO nos oxigena, mas também nos oxida em seus trechos mais grandiloquentes, umedecidos pela verborragia.


Quanto ao Luffe, cujo curta é parte da programação da mostra que começa no SESC dia 28 deste mês, nos deve ainda a visita para filmagem das BICHAS GALOPANTES, projeto que nos prometeu levar adiante num tempo em que ainda tínhamos energia para o protagonizar. Agora somos tias manquitolas, que ao invés de bater cabelo, perdem-no ou veem-no ficar branco. Quem sabe se fizermos uma ópera? Teremos todo este gás? Abaixo, vai o trailer do filme. Aquende.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

MEIRE LOVE PRA VIAGEM NO SAQUINHO

fotos gentilmente cedidas pelo nosso amigo Ricardo Boni

Como num impensado experimento teatral, nos vemos diante de um efeito Frankenstêinico, com personagens de olhares e vozes carregando um bocado fabuloso de alma, dando vida às meninas de que a estória se trata, narrando suas rubricas sentados, ao invés de encenar com algum deslocamento, em seus banquinhos, com seus bustiês desconcertantes e seus saquinhos plásticos. De vômito? Não. Nós da platéia faríamos bom uso duns desses em outros espetáculos. Aqui eles eram sistematicamente cheios de ar dos pulmões dos atores, com muito mais vômito e outas substâncias fluidificadas em seu interior do que o olho nú a princípio julga. No sonho distante do príncipe encantado estrangeiro, as prostitutas adolescentes usam um texto cru e por isso lírico ao mesmo tempo. É difícil não ver algumas caricaturas ou estereótipos em alguns momentos, mas são frutos da experiência cênica em si e do impacto da figura masculina interpretando tal texto. Quanto aos banquinhos, não me pareciam mais confortáveis do que os da nossa arquibancada. Proposta extremamente audaciosa, principalmente se você pensar na polêmica proibição do uso e desperdício das famigeradas sacolinhas plásticas.