domingo, 18 de setembro de 2011

ALTERNATIVAS PARA A PARADA GAY DE 2011

Assim disse o GADA: Não vai ter parada. Você, que já tinha se programado e antecipado o pagamento do ônibus da excursão de Andradina para cá para se garantir, vai poder bater lá na porta do GADA para ver para onde eles te mandarão. Mas, positivamente falando, a ausência de uma parada em São José do Rio Preto em 2011 (o que certamente faria toda bancada evangélica feliz, assim como traria conforto à PM tão cheia de responsabilidades mais edificantes do que se certificar que uma legião de bibas não estarão se fazendo nos matinhos vicinais, enquanto o Araquetu toca deixando todo mundo tremendo que nem pipoca) nos convida a conceber formas alternativas para um evento tão importante, que deu origem a este blog, e que depois de uma série de embates, vai indo por água abaixo sob as chuvas do fim do ano para onde ela seria adiada caso sequer ocorresse. Há o que ser feito para que você não perca a oportunidade de manifestar aquilo que você esteve e estaria lá para manifestar?

uma voz parada pela parada

A – PARADA NO CITYVILLE

Pensando em todo o trabalho que dá fazer uma parada no mundo real, as ferramentas de simulação da internet são uma boa alternativa. Uma Parada no CityVille com certeza mobilizaria muito mais pessoas, algumas das quais com medo de mostrar suas caras em público. As mídias sociais já têm sido usadas pelas inconformadas de plantão, reclamando, acusando e cobrando. Na prática, a sociedade em geral ainda não dá tanto pela falta da tal parada. Mas um flashmob certamente levaria algumas pessoas de boa vontade, à exemplo do Vergonha Rio Preto, manifestar o orgulho e defesa da diversidade, se isso realmente for de interesse de ao menos parte da sociedade, mesmo que não haja tanto glamour, 80 mil pessoas, etc. Virtualmente, tal empreendimento também ficaria prejudicado por conta da avareza dos interessados, que certamente restringiriam as moedas, mesmo que do CityVille para o trio elétrico, para o patrocínio, e se há dinheiro público para se fazer a coisa, a regra é sempre a apresentar menos do que poderia ter sido.

B – PARADA DE BADY BASSIT

É para onde serão exiladas aquelas que não conseguiram empreender a coisa nessa complexa megalópole. O evento genérico certamente servirá de palanque para a comprovação de que a verba existe e que deveria ser utilizada neste ânus. Ao mesmo tempo a situação será confortável para a grande maioria do público gay desta região, a própria localização da boate LGBT de Rio Preto assegura o seu sucesso, longe do perímetro urbano, ao lado da zona, onde os freqüentadores podem sentir o aconchego de um esconderijo a salvo do julgamento do público. Desta forma, Bady também será um refúgio para quem não pode, não conseguiu, mas também para quem não iria de qualquer forma de jeito nenhum a uma parada gay em São José do Rio Preto, com medo de quebrar seu próprio filme.

RESPONDA AO QUIZ DA PARADA GAY DE BADY BASSIT NOS DIFERENTES ASPECTOS:

A) Para quê sair do seu conforto dominical até a parada de Bady?

B) Que tipo de encontro você espera travar em tal festa?

C) Pelo quê você não espera definitivamente ao ir à parada de Bady?

D) O que é mais uÓ na festa de Bady?

E) Qual é a vantagem de ir à uma festa tão remota?

C – PACOTE ORGULHO GAY.

Pergunte-se para que é que serve uma Parada Gay. Pergunte-se se ano após ano, vemos algum avanço na obtenção de igualdade entre gays e héteros que possa ser relacionado à toda essa pourpurina jogada para cima. Vemos lideranças dentro deste seguimento se acusando e se combatendo enquanto o preconceito e a discriminação permanecem nas vidas de todos. O único lugar onde parece não acontecer é na própria parada gay, onde todos desfrutam de algumas horas de ilusório conforto. Faça uma listinha de pessoas importantes na sua vida para quem você deva se assumir, sair do armário e impor seu respeito devido. Faça. Uma vez cumprida a tarefa, desfrute de sua liberdade num dos três ou quatro locais da cidade feitos para gente como você. Quando sentir-se confiante suficiente, apareça nos outros trocentos lugares da cidade com a mesma atitude, disposto à responder elegantemente às diferentes reações. Manifeste-se. Comente. Abra-se. Se ainda após tudo isso, faltar uma grande mobilização nas ruas para celebrar tal felicidade, empreenda uma, chame seus amigos, organize-se. Celebre, dance, comemore, mostre a todos quem você é e quão feliz você se sente. Defenda seus direitos e daqueles próximos de você. Orgulhe-se de você mesmo e faça com que alguns também tenham orgulho de você, não só por ser gay, mas simplesmente por ser você.