sábado, 21 de janeiro de 2012

HARLEN FELIX NA TARTARUGA

A vida de intensidade constante deixou inconstantes as páginas do blog neste mês de janeiro. Sem tentar prometer tanto, a gente já tenta começar cumprindo. Embora tenhamos deixado passar mais um sucesso do Janeiro de 1,99 deste ano, marcamos presença no seu fechamento nas suntuosas e inababescas instalações da Fábrica de Sonhos, para testemunhar com os nossos próprios olhos o resultado do processo instantâneo do nosso amigo Harlen Félix na pele de Jesus da peripatética ceia concebida e encenada por Ricardo Matioli. A referência aos personagens bíblicos nos nomes dos integrantes da família que aguarda o pai que nunca chega, em situação inspirada no teatro do absurdo, funciona como mais um dos acessórios hipnotizantes da performance, sua trilha mântrica, maquiagens luminosas refletindo num verde nauseabundo, girando ensandecidas em volta da mesa de metal com uns vestidinhos ultra fashion, que eu mandaria fazer igual para mim se fosse magra.

Magras e belas estavam todas elas, incluindo a virtuosa performance do nosso showman votuporanguense, homem de muitas facetas, absolutamente tomado pelas musas do teatro, em meio ao delicado terreno da regionalicidade desta aldeia FIT e a fogueira do forno à lenha das vaidades interioranas. O público seleto deu conta de lotar o espaço – faço votos pela manutenção do preço, maior tradição do evento, que já abre seu leque para englobar peças adultas, sessões malditas e espetáculos ousados. Nem vimos os outros. Logicamente, quando nossos cumpadres estiverem na vitrine em julho a coisa já estará bem mais desenvolvida, seja para qual lado, embora Harlen Felix já nos tenha confidenciado em primeira mão que sua grande meta já foi alcançada: brilhar no face sob as lentes de um dos fotógrafos mais desejados da cena rio-pretense: Ricardo Boni.